PARIS - TUDO DE BOM E MAIS UM POUCO
- masf125
- 16 de jun. de 2019
- 11 min de leitura
Atualizado: 13 de fev. de 2022
Paris é aquela cidade que todos nós já conhecemos mesmo nunca a tendo visitado. Ela povoa nossa mente, nossos filmes, nossos livros. Mesmo não tendo todo o glamour dos nossos sonhos, ela é linda, excitante e com muita coisa para conhecer. Uma viagem apenas não basta mas é um começo. Quantos dias em Paris? O máximo que você puder.
A ESCOLHA DO HOTEL
Vamos dizer que hospedagem em Paris não é barata e existe uma infinidade de hotéis de todos os tipos espalhados pela cidade e em vários bairros às vezes não muito simpáticos. Tudo isso dificulta a escolha do hotel e além disso, escolher uma boa região para ficar em Paris facilita muito sua viagem porque apesar de você ter bom acesso de metrô a todos os lugares, como os principais pontos turísticos ficam mais ou menos próximos, se você estiver distante ou tiver em uma estação em que terá que fazer muitas mudanças de linha, vai perder muito tempo no trajeto. O negócio é ter paciência e pesquisar bastante até achar um hotel que se encaixe mais ou menos no que você busca. Sempre procure as referências, principalmente do local e da vizinhança onde ele se encontra.
A linha 1 do metrô é a que passa por mais pontos de interesse, use ela como base e uso o Museu do Louvre como ponto central. Se do local em que você estiver for fácil chegar nela, então provavelmente você estará bem localizado para o transporte.
CHEGANDO À CIDADE
Paris tem dois aeroportos cada um de um lado da cidade, o Charles de Gaulle, o principal, ao norte, e o Orly ao sul, mais próximo ao centro. Para chegar ao centro da cidade, você tem várias opções. Pegar os ônibus diretos (Le Bus Direct) que param em pontos estratégicos, o RoissyBus-Opéra no Charles de Gaulle, o OrlyBus em Orly. São meio demorados, um pouco caros mas bem confortáveis para quem está com mala. É ver qual para mais próximo ao seu hotel e, já no centro, fazer o restante do trajeto de táxi se for necessário. Do Charles de Gaulle você também pode pegar trem (RER) para algumas estações da cidade. São mais rápidos mas não muito agradáveis. Para consultar os transportes públicos entre nos sites abaixo onde você encontra os pontos de saída, trajetos e preços.
Aeroporto Charles de Gaulle: https://www.parisaeroport.fr/en/passengers/access/paris-charles-de-gaulle/public-transport
Se for pegar táxi, faça isso apenas nos pontos oficiais. A corrida para o centro é tabelada, 50 a 55 Euros do Charles de Gaulle e 30 a 35 Euros de Orly. Se estiver em duas ou mais pessoas, já fica vantajoso em Orly. Há também muitos serviços de shuttle disponíveis na internet. Aí é ver se vale a pena.
Por que eu não falei de metrô? Porque a acessibilidade com mala é ruim e você vai estar cansado da viagem, não é? Metrô só depois.
Se chegar à cidade de trem, já irá desembarcar em alguma estação na região central, o que facilita tudo. É só pegar um táxi ou sofrer um pouquinho com a mala no metrô.
COMO SE LOCOMOVER
Como se locomover em Paris? De metrô, é claro. Tem sempre uma estação de metrô próxima a tudo que você quiser ver e isso é bom porque o trânsito é terrível. Uma infinidade de linhas levam você a todos os lugares mas, apesar das facilidades, procure também andar a pé, esse é um dos prazeres da cidade que tem bairros bonitos e sempre um cantinho legal para se conhecer, fora que, muitas atrações ficam próximas umas das outras e aí é só pegar um metrô para o lugar que quiser ir e fazer o restante andando mesmo. São 14 linhas numeradas que englobam as zonas 1 a 5, sendo que a área de Paris central se encontra nas zonas 1-2. Há vários tipos de tickets, o individual, o 10 tickets com desconto, o de validade para 1 dia (apenas o dia de uso), o Paris Visit Travel Pass com direito a todos os transportes públicos (1,2,3 e 5 dias; zonas 1 a 3 ou 1 a 5) e o passe válido para uma semana, o Navigo (de segunda-feira a domingo da semana de uso). Qual comprar? Depende do que você for fazer. Se for andar bastante a pé, você provavelmente terá uns quatro deslocamentos ao dia; se quiser fazer as coisas rapidamente e visitar muitas coisas durante o dia, vai usar um pouco mais. Conselho: faça o seu roteiro, entre na página https://www.ratp.fr/en/titres-et-tarifs onde tem a descrição e o preço de todos os tickets e calcule o que é melhor para você. Para quem andar pouco de metrô, o cartão de 10 passes pode valer a pena, o de um dia também é interessante se você vai fazer mais que cinco deslocamentos e se você chegar no começo da semana e for ficar na cidade muitos dias, talvez o Navigo saia mais barato. Só vou lembrar que para comprar o Navigo você tem que levar uma foto 3x2,5 que pode ser escaneada do seu computador e pagar 5 euros para fazer o cartão.
Só tem uma coisa, às vezes, trocar de linha dentro de uma estação rende uma boa caminhada.
Bons aplicativos para se ter no celular é o "Next Stop Paris", da própria Ratp, o "Metro map Paris offline".
TURISTAS E MAIS TURISTAS
Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo, então se prepare para muita gente em quase todos os pontos turísticos e filas nos principais museus, mas como a cidade é ampla, não existem multidões nas ruas e andar pela cidade fica tranquilo. E como é uma cidade com praças e alguns jardins, sempre você tem um banco para se sentar e descansar um pouco enquanto olha o movimento.
Bem sinalizada desde o metrô, com placas indicando pontos turísticos, andar por ela é bastante fácil. Mesmo assim, tenha o aplicativo com mapa em seu celular (o meu preferido é o Ulmon City Maps 2go). .
E muito cuidado com sua carteira e bolsos, principalmente no metrô.
GASTRONOMIA

Parece que tudo por lá é bom. Das boulangeries com seus croissants au chocolate, os croque-mounsieurs, os crepes de rua, os queijos, vinhos e os pratos dos restaurantes que não precisam ser tão caros, podem ser simples, de preferência não turísticos mas que sirvam aquela comida francesa com orgulho. O francês valoriza a culinária, isso é fato, e mesmo que você não goste muito do tipo de comida servido por lá, com todas as suas variações de carnes e combinações, vai sempre ter uma opção de alguma coisa que vai lhe conquistar, nem que seja aquela maravilhosa bomba de chocolate da doceria da esquina. Não vou dizer que encontrar uma boa comida seja fácil, aí tem que fugir um pouquinho dos restaurantes turísticos que rodeiam quase todos os lugares que você vai, portanto, já leve referências. Pena também que a comida não seja muito barata mas como se tem de tudo, inclusive muitos pequenos supermercados, dá para se virar muito bem.
Fazer lanches rápidos é fácil. Muitos lugares vendendo sanduíches em baguetes (experimente os com queijo de cabra) e quiches, padarias com pães irresistíveis e toda a rede de fast-food que já estamos acostumados. Não estranhe se nesses lugares você não tiver uma mesa para comer, é comum lá pegar um sanduíche e comer em pé mesmo ou levar para um pic nic em alguma praça. Também não estranhe se a mesma mão que pegou o sanduiche pegar o seu dinheiro, afinal, estamos na Europa e lá as coisas funcionam mais ou menos assim em vários países. Conselho, abstraia, mas não deixe de comer nada, inclusive as crepes com Nutella que são feitas nas barraquinhas de rua. Quando voltar, você toma um remedinho e pront
Nos restaurantes, se não quiser gastar muito, escolha o prato do dia (plat du jour) ou as formules que são a sequência de pratos com entrada, prato principal e em algumas, a sobremesa. A água da torneira é potável e nos restaurantes ela é de graça, não é nenhuma vergonha você pedir uma carrafe d’eau para acompanhar sua refeição. As bebidas e refrigerantes geralmente são caros, com exceção dos vinhos locais, portanto se gostar de vinho, aproveite.
A CIDADE DA CORTESIA
Se for aprender duas palavras em francês, aprenda por favor e obrigado. Se for querer mais, um excuse moi e um pardon. A cortesia é necessária para você ser bem tratado na França. Não peça nada sem um s’il vous plaît nem que você tenha que falar isso três vezes em uma frase, melhor pecar pelo excesso. E não se esqueça de sempre agradecer. Estando com isso na cabeça, quase todo o caminho para ser bem acolhido já está andado. A impressão que eu tenho é que o francês, ao contrário do que dizem, é muito polido e exige este mesmo comportamento de você. Então, é ter as palavrinhas chaves na ponta da língua, não se esqueça. Saber um pouquinho da língua ajuda, memorize um où est? e combiem ça coute?. Dar uma introdução à suas perguntas em francês sempre amolece os corações gelados e quando não entender nada, faça uma cara de perdido humilde que geralmente resolve.
PARIS DIVIDIDO POR REGIÕES
Paris tem muita coisa para se ver e conhecê-la é mais fácil quando você a divide por regiões e vai a todos os pontos de interesse em cada uma delas de uma só vez. Fácil, lógico e pouco cansativo, já que tudo fica mais ou menos perto e dá para você chegar de metrô e fazer o resto a pé. E depois, todas as regiões são muito próximas sendo que, na maior parte das vezes, dá para você ir de uma para outra a pé mesmo. Uma ou outra coisa está um pouco deslocada, aí é só pegar o metrô novamente. Andar em Paris é o que tem de melhor.
Aqui vão algumas orientações com o que tem de principal mas a cidade tem muito mais para se ver. Se achou complicado, abra um mapa, melhor ainda o de papel mesmo e circule tudo o que você tem vontade de conhecer. Está vendo como é simples?
Do Louvre à Champs Élysées
Um dos lugares mais lindos de Paris.
Primeiro conhecer o Louvre e depois caminhar pelo Jardim de Tuileries. Este, une o Louvre à pequena Place de La Concorde com suas fontes e o obelisco. Em frente à praça, a Avenida Champs Élysées . No meio de tudo, o Museu L’Orangerie, pequeno, rápido, mas com ninféias de Monet. O ideal? A Place de La Concorde no início de uma manhã de sol e ainda com pouca gente.
Metrôs: Louvre/ Place de La Concorde
Île de la Cité
No rio Sena, bem no meio da cidade e perto do Louvre, se encontra a Île de la Cité, local da Notre Dame, a igreja mais famosa de Paris. Doeu no coração o incêndio mas felizmente parte dela, principalmente a maravilhosa fachada escapou. Era linda, imponente e de suas torres tínhamos uma vista de toda a região. Mas ela voltará, com certeza.
Lá também está a Sainte Chapelle, igreja gótica do século XIII pequena e imperdível. Sua estrutura, quase sem paredes, é composta de 15 vitrais que contam passagens da bíblia. É chegar sem pressa, sentar e ficar admirando, ainda mais se estiver um dia bem claro e ensolarado.
Na outra ponta da ilha, fica a Conciergerie, antiga prisão. Vista por fora, do outro lado da ponte ela é linda. A arquitetura do salão principal com suas colunas é impressionante e lá dentro você pode visitar as antigas celas, inclusive aquela em que a rainha Maria Antonieta ficou presa antes da execução. Menos de meia horinha e pronto.
Bem, e já que você está por perto, que tal dar uma passeadinha no Quartier Latin com suas ruazinhas cheias de restaurantes e cafés.
Quartier Latin

Um bairro animado e jovem.
Por lá estão a Universidade de Sorbonne, o Panteão (ver o interior e a cripta) com os Jardins de Luxemburgo ao lado, um dos mais agradáveis de Paris.
Saindo por trás do Panteão, que tal dar uma andadinha na rua Mouffetard, uma das ruas mais antigas da cidade. Por lá, pequenos restaurantes, bistrôs, cafeterias, mercado e lojas de alimentos.
Metrô: Cité linha 4
Região dos Invalides
Muita coisa bonita no mesmo lugar. O que ver lá? Primeiro o Hotel dos Invalides onde fica o Museu das Armas e o Dôme, igreja onde está a tumba do Napoleão. Venha pela frente, pelos jardins, quando dá para ver toda a fachada do Hotel dos Invalides, onde fica o museu. Faça o museu, visite o Dôme e saindo ali por trás, vá para o Museu Rodin que fica bem pertinho. Mais jardins com estátuas do escultor. E depois, a tão esperada Torre Eiffel, símbolo maior de Paris.
O jeito mais bonito de chegar até a torre é atravessando o Campo de Marte, faça assim se puder. A torre tem três níveis, você pode visitar até o segundo andar ou ir até o topo. Os ingressos são diferentes para esses níveis e também se diferenciam para subida por elevador ou escada até o segundo andar. Os ingressos são caros e, para quem não quiser ir até o topo, saiba que a vista dos andares inferiores é mais bonita. A Torre Eiffel funciona também à noite até às 0:45hs. Prepare-se para filas enormes durante o dia. Na hora de ir embora, tem um metrô bem próximo.
Montmartre e suas ruas
Quem já não ouviu falar de Montmartre? Bairro boêmio de Paris tão frequente em filmes e livros. Fica em uma região alta da cidade. Delícia passear por suas ruas charmosas, ir a seus restaurantes e cafés. O Moulin Rouge está lá e a Basilica de Sacré Coeur também, com suas escadarias e vista para a cidade. Cuidado redobrado com suas carteiras na região da igreja. Um bom roteiro para o dia é parar no metrô Anvers perto das escadarias da igreja, visitar o bairro, a Place du Tertre, Place de Abesses e depois seguir para o metrô Blanche perto do Moulin Rouge. À noite, já vá direto para onde quiser ficar.
Le Marais
Bairro mais antigo e tranquilo, hoje muito frequentado pela comunidade LGBT, onde ficam o Museu Picasso e o Centro Georges Pompidou de arte Moderna.
Arco do Triunfo e Champs Élissées
A Champs Élysées liga o Arco do Triunfo à Place de La concorde. É a mais famosa avenida de Paris. Nela lojas de luxo, restaurantes prestigiados, cafés, jardins, o Petit e o Grand Palais. A vista da avenida da Place de la Concorde é linda, com o Arco do Triunfo ao fundo. Não precisa andar por seus quase dois quilômetros mas precisa andar por ela.
Na altura do Grand e Petit Palais, vá até a Ponte Alexandre III que liga o bairro ao Invalides. Com suas esculturas e detalhes talvez seja a mais linda da cidade.
O Arco do Triunfo fica no centro da Praça de l'Etoile. Foi construido no início do século XIX. O seu interior não é tão interessante mas do seu terraço você tem uma vista única de Paris.
Opéra
No bairro a Opera Garnier e a Galeries Lafayette, mesmo que não vá fazer compras vale a pena bela sua bonita arquitetura. Na galeria, suba até o terraço.
O PALÁCIO DE VERSAILLES
Além de ter o museu mais famoso do mundo, Paris também tem o Palácio de Versailles. Com seus jardins, é tão conhecido quanto o Louvre. Construído por Luis XIV, com mais de 2000 cômodos, foi residência da corte francesa por mais de cem anos. Este é o palácio que todos querem visitar.
Para chegar em Versailles,, pegue o trem RER linha C, que passa em várias estações da cidade e pare na estação Versailles Château Rive Gauche. Saindo da estação vire à direita e depois à esquerda. Você estará na entrada do palácio. Lembrar que esta estação fica na zona 4.

Lá você poderá visitar o interior do palácio, os jardins, o parque e o Trianon, área mais íntima da família real com construções mais simples que as do palácio. A área do parque é bem grande, portanto preste atenção porque se perder é muito fácil. Vá bem a vontade para andar bastante e se o dia estiver bom, leve um lanchinho e faça um pic nic.
O palácio fecha às segundas-feiras. O parque e os jardins são gratuitos e abrem todos os dias. Tem audio guide grátis mas você também pode baixar os aplicativos Palace of Versailles e Gardens of Versailles para facilitar sua visita.
Faltou algo?
Muito difícil falar de Paris em um só post. Para dizer a verdade, é muito difícil descrever Paris. Tem que conhecê-la, e muitas vezes.
Fiz um post só para os museus. Dê uma olhada também.
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